ESPLENDOR EM PARIS-ORLY

O táxi corria contra o caudal
das ruas, um rio volumoso
saltando das margens, peões
carros febris, todos
os relógios contra o seu.

Chegaram ao Paris Orly. Ainda
com tempo para um fogo
interior, amargo
de um café, como fogueira
no centro de um campo de sonhos.

Quando a última voz chamou
os viajantes para o voo, o adeus
e os beijos morreram nos lábios
e lembram-se da meia-volta final
antes de se tornarem voláteis.

                                        J. T. Parreira

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