SÔBOLOS RIOS

3. BALADA DE LENINEGRADO

Com Maiakovski pelas ruas fora
Conjugas o presente no passado
E há versos como salvas do Aurora
A rebentar por dentro da palavra agora
Em Leninegrado

Marinheiros do Báltico e operários
Caminham para o sonho nunca ousado
Proletários
De todos os países onde estais?
Um sonho para sempre e nunca mais
Em Leninegrado

Como o Neva que passa para o mar
Como o Neva que passa que não fique
Senão em nós o velho brado
Da última canção de um bolchevique
Porque é terrível nunca mais ousar
Com Maiakovski em Leninegrado

                                      Manuel Alegre

Do livro: Atlântico, Publicações Dom Quixote, 1989, Lisboa/Portugal

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