PREITO À SINTRA

Do teu quotidiano desfrutar
Inda nos alvoroços de criança
Não percebia então o meu olhar
Que frequentar-te é bem-aventurança

Em ti vivi, estudei, homem me fiz
Oh bela Sintra, amada e feiticeira
Em ti amei, em ti eu fui feliz
Do alto do castelo às curvas da ribeira

De incomparável verde a serrania
Donde brotam nascentes de água pura
Vertidas em esplendores e em estesia
Em levadas que as leva a pedra dura

P'ra todo o lado é lindo o horizonte
E os pontos cardeais assim honrados
Mostram esplendores mesmo ali defronte
Que nos deixam os olhos extasiados

E as belas fontes que Byron cantou
Dizem baixinho assim, alegremente:
Bebam de mim est'água que vos dou
Provem a vida da minha nascente!

Eugénio de Sá

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