CINEMA na literaturalogotipo

 
Cinelândia

Havia, pelo Brasil um clima de euforia
Vinha das telas toda a alquimia
Do Cineac Trianon (ALEÁS)
E o "Rio 40 Graus" de alegria
Se derretia e divertia
No escurinho do Odeon

Quisera,
Eu regredisse em cada dia um mês
Quem dera ouvir Tarzan falar
Pela primeira vez

Pudera,
Meu povo ria mais bonito
Com Grande Otelo e Oscarito (ÊTA NÓS)
Na vesperal das seis

Já era,
Toda malícia de Ankito
Anselmo era o grande mito
Ninguém falava inglês

Tantas vedetes sensacionais
Na galeria dos imortais
Carmem Miranda dos carnavais
"Bando da Lua" não volta mais

E como batia forte o coração
Quando Cyll Farney com sofreguidão
Beijava os lábios de Eliana (E ADELAIDE NINGUÉM BEIJOU)
Por fim, a juventude toda entrava em pane
Com as pernas da Virginia Lane
Renata Fronzi../..que paixão! (MARA RÚBIA)

E assim
Vinha da Atlântida toda a magia
Em preto e branco a poesia
Era arco-íris de emoção

Pro povo
Um mundo louco e divertido
Se o Zé Trindade era atrevido (IMAGINA A VIOLETA E A ZEZÉ)
Wilson Grey era vilão (JOSÉ LEWGOY)

Cinema
Tu és a arte comovida
O copião da própria vida
Meu Deus, que tempo bom!

Tantas vedetes sensacionais (MACUNAÍMA, HERÓI DE NOSSA GENTE, Ô MÃE!!!)
Na galeria dos imortais
A "Terra em Transe" perdeu a paz
E Glauber Rocha não volta mais (HAVIA)

                                                   Paulo Feital e Claudio Cartier