A Charles ChaplinChaplin, saí chorando do cinema,
chorando intimamente, pois é feio
mostrar ao povo o comovido enleio
recôndito no teu risonho tema...Pois teu trabalho me quebrou a algema
do coração e quando eu vi, receio
ter sido arrebatado para o seio
da história, e sido parte do problema.Se alguém disser de novo que és palhaço
Chalplin, se me permites, meto o braço
e quebro a cara, quebro, do sujeito!Porque, Chaplin, sou simples, e não posso
supor-te um clown qualquer. És grande e nosso,
és gênio, mas de coração no peito!Do livro: "O acendedor de sonetos", Ed. Codpoe, 1991, RJEno Teodoro Wanke