CHARLES CHAPLINCharles Chaplin, meu sábio e velho irmão,
Ensinaste-me a ver, desde menino,
A vida injusta e o mundo em desatino,
Como palco e ribalta da ilusão.Hoje, farto da humana ingratidão,
Procuro agir, segundo o teu ensino,
Minorando as agruras do destino,
Com o bálsamo da tua inspiração...Pois ninguém, como tu, a vida e o mundo,
Soube-os sentir de modo tão profundo
Para, em cores tão vívidas, exporAs máscaras com as quais a humanidade
Disfarça as formas nuas da verdade
E esconde, em risos vãos, a própria dor.Do livro: "Primícias da minha seara", Ed. autor, 1960, RJMário Barreto França