A CASTRO ALVES

Naqueles instantes tão angustiantes
de cada página inglória de nossa triste história
tua voz,ó grande vate,era ansiosamente ouvida
por toda aquela gente tão sofrida!

Em praça pública, aos céus clamavas
liberdade somente
para nossos irmãos de raça escura
que, com sede e fome,
tomados de amargura,
não viviam.

Sobreviviam
apenas...

Junto a outros gritos, lamentavas a sorte
de nossos irmãos negros que
algemados
caminhavam à espera só da morte.

As chibatadas que levavam
abriam feridas
em cada coração amargurado e revoltado
que via
"naquela dura batalha
servir-lhes de mortalha
nosso auriverde pendão".

Mas eis que surgiu tua voz,
ó Castro Alves,
a voz do grande poeta,
troante
emocionante
trazendo ao mundo um sentimento profundo,
a desejar simplesmente igualdade
para que
sem nenhuma dor,
pudessem todos alcançar
o penhor da eterna
Liberdade.

Alda Corrêa Mendes Moreira

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