O BEIJO

O beijo no rosto
adentra depressa
o centro do corpo.

Depois se expande
a outras instâncias
vivazes, conexas.

Converge ao ponto
de apoio da inércia,
à margem do caos.

Mas nada o detém!
Num átimo rompe
a densa fronteira

silente e, feito um
arauto, borbulha
em novas membranas.

                 
Alcides Buss

Do livro: "Olhar a vida", Editora Insular, 2007, Florianópolis

voltar