Fome de Beijos
Nunca gostei de beijos de rotina
Aqueles beijos fugazes, não sentidos
Que se dão como acenos devolvidos
Sem emoções brilhando na retinaNão! — Os beijos devem vir do coração
Sejam aqueles que trocam as salivas
Ou os castos, que damos a um irmão
Todos são comoções em nossas vidasPois que o beijar é um acto de nobreza
De quem faz desse gesto um ponto alto
Para mostrar um querer, sem subtilezaE então o Ser beijado, em sobressalto
Perde a noção de tudo, e em ligeireza
Responde com fulgor ao doce assalto!Beijos que tornam-se rotina
São beijos de amores mornos
Gosto de beijos ardentes,quentes
Que dão início a prelúdios de amorEugénio de Sá