NATUREZA MORTA
                       
O vento forte e selvagem
agita a triste paisagem
da mais longa estiagem
deste pedaço de chão.
E as folhas, rodopiando,
desgarradas vão levando
o pó da terra esgotada
pela triste ação das queimadas
que cobrem com um véu cinzento
o brilhante azul do céu.

Que pena que os homens loucos
vão destruindo aos poucos
a tão preciosa vida!
A Natureza ferida
grita desesperada
na voz do vento uivante
que leva pra bem distante
as folhas amareladas
queimadas, dilaceradas
brutalmente arrancadas
dos galhos que, retorcidos,
vergam gementes, sofridos
pedindo clemência a Deus!
Em nome dos homens loucos
que se tornaram, aos poucos,
cruéis inimigos seus.

                          Neiva Pavesi

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