PÊRO COÊLHO
(Descobridor do Ceará)

Na umidade do cárcere de Olinda
— Enjaulado jaguar que a vida acaba
Lembrando a selva rumorosa e linda —
Sonha o conquistador da Ibiapaba.

O sonho é o resto da jornada: é a vinda;
E a morte; é a sede; é o desespero; a taba
Toda investindo. A terra em fogo. Um baba;
Outro cai; outro fica; outro se finda...

Dois filhos morrem nos seus braços: vede!
E nem, sequer, irmão de Agar, tem perto,
Nos olhos água que lhes mate a sede!

E, ao fim de tudo, acusações e gritas...
Ah! por que não tombara no Deserto
Abraçado com os seus israelitas!?...

                                  Humberto de Campos