Momento Disrítmico

(para a pequena Isabella)

Vejo os muros subirem
enquanto as esperanças desabam.
Pessoas perdidas num mundo
de violência e violações...

Nem tenho como rimar
um momento tão disrítmico!

Vejo pais desgovernados,
crianças mutiladas,
crenças despedaçadas,
olhares desesperados...

Nem quero mesmo rimar
este momento disrítmico!

Vejo as loucuras surgirem
de contextos impensáveis
à mais cruel mente humana,
que, vadia, nem se acanha.

Como seria rimar
um momento diferente?

Márcia Sanchez Luz