Musgos  Tatuagem da Terra
 

Muito antes dessa aurora ser regimentada,
Olhava os musgos, notorizava-os tatuagem da terra.
Matutando, dissertava ao meu eu sobre o teu  ser!
Real ou  irreal nessa composição de vida longa,
 
ou és  restos do que resta? Intrincada pestanejei,
no duradouro: uma dúvida da verdade vista por ti,
no simulacro túnel das imperfeições, no corre-corre.
Que composto pesaria mais neste estado de consolidação?
 
Quiçá com ou sem intempéries, ser verde sempre! 
Ressuscita-te às primaveras, mesmo coberto da neve,
ainda em verde; denota-te ao verão e outono!
 
Num novelo de seda sem matizes próprios me vejo,
sem resposta a este ego inquietante e esdrúxulo.
Desvestindo os pensamentos, "verde que te quero verde".

                       Marlene Andrade Martins

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