Picadeiro
Não tenho pretensão
Sou casco duro, sujo,
Imutável em todos os sentidos
Em todas as esquinas
Giro em torno
Ego desvencilhado
Dolorosamente arrebatado
Vácuo desmedido
Dilacero-me em gotas
Cólera calada, guardada
Na íris das palavras
Presas ao precipício
Sou-me a mim o que?
Passagem sem volta.
Uma revolta abafada
No sorriso de palhaço.
Paula Cury