Desenredo

Para sempre sem fim, amém!

E beijo o amém da cruz

Na ponta do dedo

Pingos gotejam verticais

No talhado mármore da campa

Tamborilando um credo

Uma alucinação, um vulto,
Cantoria lúgubre de curiangos
Arranchadas no vão do rochedo

Meus passos se perderam
Pelas noites invernosas
Desfolhando um desenredo

                           José Mattos

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