NATAL

Faltam estalagens
A noite adormecera.
O frio intenso congelava!
Os corpos lassos de Maria e José
Caminhando, trôpegos, sôfregos,
À procura de uma estalagem
Onde ela pudesse dar à luz Aquele
Que seria o Salvador da humanidade!
Não havia lugar! As portas foram
Fechadas para o Messias!
Estavam lotadas todas as hospedarias!
O tempo corria, o homem fugia!
Não havia espaço para a solidariedade!
José, preocupado com a dor que,
De minuto em minuto, crescia,
Caminhava apressado, cansado!
Quem sabe carregando Maria, já frágil,
À procura de um canto onde pudesse
Ao menos acomodá-la para que o menino
Viesse ao mundo para cumprir
Sua missão: a redenção da humanidade!
O tempo passando,
Maria sofria...
Com as forças exauridas.
Gritos de dor,
Calafrios,
Lágrimas banhavam
Sua face
Terna,
Tensa,
Tênue,
Santa!
Encontraram finalmente, uma estrebaria!
Sim, um estábulo, onde dormem os animais!
Ali acharam hospitalidade, aconchego, calor.
Ali encontraram solidariedade, dos irracionais!
Foi ali, sem assistência, sem assepsia, sem conforto.
À luz das estrelas, do luar e dos anjos,
Que veio ao mundo Cristo, o rei de Israel!
O Mestre dos Mestres, o Emanuel!
Sem berço, sem colchão, sem faixas,
Envolto apenas em pedaços de panos,
Reclinado sobre uma manjedoura,
Por sua mãe, Maria, nossa intercessora!
Uma lição de simplicidade, de humildade!
Ainda não aprendida pelo homem racional!
Aquele cujo trono fora o madeiro,
Aquele cuja coroa foram espinhos,
Aquele cuja água, fora o vinagre, o fel,
Aquele cuja dor fora além do limite de suas forças,
Para lavar nossos pecados com seu precioso sangue,
Para deixar-nos uma mensagem de vida plena,
Para deixar-nos a lei maior: o amor,
Para deixar-nos a luz que tira das trevas,
Para deixar-nos a salvação!
Ainda hoje o homem não lhe
Dá espaço para a redenção,
Abrigo ao seu Santo Espírito...
Faltam estalagens!

                                                          Benvinda Palma

« Voltar