ANTÔNIO LÁZARO DE ALMEIDA PRADO – Nasceu em Piracicaba (cidade do interior do estado de São Paulo- Brasil), em outubro de 1925. Poeta, ensaísta, tradutor e jornalista, é Doutor e Livre-Docente em Língua e Literatura Italiana pela Universidade de São Paulo, onde lecionou de 1953 a 1958. Transferiu-se para a UNESP (campus de Assis, onde fundou o Curso de Letras), aposentando-se em 1982. É Professor Emérito da Faculdade de Ciências e Letras, e ali, depois de Titular Fundador da Cadeira de Língua e Literatura Italiana, passou a Titular de Teoria Literária e Literatura Comparada. Entre as teses publicadas, destaca: "O Acordo Impossível, Ensaio sobre a forma interna e a forma externa na obra de Cesare Pavese" e "Itinerário Poético de Salvatore Quasimodo". Dentre as suas traduções cita-se a obra de Giambattista Vico, publicada pela coleção Os Pensadores da Editora Abril, de Francesco de Sanctis (Ensaios Críticos) e de Giuseppe Ungaretti (Invenção da Poesia Moderna). Em poesia, publicou o livro "Ciclo das Chamas" publicado pela Ateliê-Editorial, os livros "Arte Poética para passarinhos", "Verso e reverso" e "Lúcido sonho" pela editora Olavobrás. Pela editora Patuá, publicou recentemente o livro "Poesia sempre". Em 2008 representou o Brasil no 14° Festival de Poesia de Gênova. Realizou durante alguns anos as Noites de Música e Poesia na UNESP de Assis de onde sua filha, Fernanda M. B. de Almeida Prado recriou o projeto Chama Poética. Durante 57 anos foi casado com a psicóloga Themis Bueno de Almeida Prado (falecida em 2010), com quem teve 7 filhos: Antônio Lázaro, Renato, Fernanda, Marcelo, Marcos, José Paulo e Francisco, onze netos: Júlia, Catarina, Daniela, Gabriel, Beatriz, Ligia, Ana Luiza, Debora, José Vitor, Marcos Antônio, Ana Carolina e duas bisnetas, Alice e Teresa. Grande parte de sua poesia é dedicada à sua musa inspiradora, Themis. Além do amor, Antônio Lázaro trata em sua poesia, de questões universais, tais como: tempo, beleza, alegria, liberdade e solidariedade. Contatos: Fernanda de Almeida Prado (filha e agente literária do autor).
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Nem tudo se desfaz, de um mundo exausto:
Fremente, produtivo, persistente,
Não soçobra, sereno, não se abala
O que se produziu, sem ganho ou lucro,
Puro efeito, sereno, de ternura.
O que o amor plantou deita raízes,
Que o tempo não corrói, nem a usura.
O puro dom, nem mesmo se acontece
Rejeitado se vir, por quem amámos,
Jamais há-de perder sua eficácia.
Amar é exercício, que se cumpre
Apenas no cumprir-se, desligado
De espera de retorno ou de lembrança.
Amar é fonte pura, produtiva,
Sem memória do fluxo das águas...
O que se amou se fez imperecível,
Independe de alvo ou de destino.
Amar é para além de eco ou sombra,
É algo que acrescenta, mesmo quando
Recebe o desfavor da indiferença.
O que nos cumpre é amar, isso é que importa,
Seja ante nós fechada ou aberta a porta.
Amar sempre resulta em eficiente
Acréscimo de ser, independente
De fútil expectativa de retorno...
Assis, 27 de junho de 2007