BEATRIZ ESCORCIO CHACON - É carioca da Piedade, vive em Itaipu, Niterói, onde começou a mostrar poemas para colocar na parede, com desenhos de Miguel Coelho, em 1987. Jornalista pela UFF, é autora dos livros de poemas "Mesa Posta" e "Veios do Corpo", e do infantil "Surpresa de Quintal". Aposentada, avó, aparentemente dona vadia de casa, faz performances poéticas, eventos de arte, prepara novo livro – uma novela de vozes femininas. Orienta a Oficina Literária da Universidade 3ª Idade e participa da Associação Niteroiense de Escritores. Entre as Coletâneas – Prêmios, Crítica, participação: "I Concurso Jornal Balcão de Poesias", Rio, 1988. "Saciedade dos Poetas Vivos", Ed. Blocos, Rio, 1991 e 1995. "Prêmio Stanislaw Ponte Preta", Crônica, RioArte, 1992 e 1994. "Além do Cânone - Vozes Femininas Cariocas Estreantes na Poesia dos Amos 90", org. Helena Parente Cunha, Ed. Tempo Brasileiro, 2004. "Contos do Rio", Prosa e Verso de O Globo, Ed. Bom Tempo, 2005; "Poesia Sempre", nº 24, cap. Poesia Inédita, Fundação Biblioteca Nacional, Rio, 2006. Em Blocos Online, tem página individual de poesia e de prosa.
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Bem aqui
uma flor de cactus
tatuada
por debaixo da minha pele.
É florbela.
Ela me viceja menfeita
me livra de todo espinho
me batiza.
Carne e alma
espantamos toda rosa do caminho
e seguimos.
Rosas são prosas
toda gente enobrece rosas
oferece buquês tão falsos.
Eu e florbela
levamos água e calda
às florinhas rasteiras
pelos meios-fios das cidades.
Por debaixo da minha pele vive
a estranheza
tatuada.
E saboreamos nosso pão manhecido
nosso café sem mágoa
a doçura da companhia.
Florbela de Cactus.
Mulher abrindo cortinas.