GERSON NEY FRANÇA - Paulistano, de 1960. Livros publicados: "Canção de não ser nada e outras canções", 2009 – Editora Scortecci/Fábrica de Livros; "Canção de não ser nada", 1998 – Funarte; "Tema&Meta, a poesia é difícil", 1985, Edição do autor. Antologias Digitais: "Saciedade dos Poetas Vivos", Volumes 4 , 11 , 12 e 13 e "Poesia Para Mudar o Mundo" Volume 1 – Editora Blocos; Obras Selecionadas: Concurso Nacional de Literatura Jorge Ribeiro, 2010 – Editora Promoarte; I Prêmio Literário Canon de Poesia, 2008 – Editora Scortecci/Fábrica de Livros; "Literatura Século XXI", Volume II, 1999 – Editora Blocos; Concurso Literário do Sindicato de Escritores do Estado do Rio de Janeiro, 1999; "Mutirão de Poesia", 1997 – SRR Editor; "Escritores Brasileiros", 1985 – Crisalis Editora; "A Nova Poesia Brasileira", 1983 – Schogun Arte. Publicação de poemas: "Agenda da Tribo", 2002; "Revista Cult", 1999. Canções Gravadas (mais de quarenta): no EP "Leve" de Paula Souto (2015) e nos seguintes CDs/DVDs: "Inequação", de Tino de Lucca (2012); "Consoante", de Deni Domenico (2012), "Acreditar", de Irineu de Palmira (2012); "Aposta Mútua", de Pedro Moreno (2011), "Música de Bastidores e Palco", de Márcia Luzzi (2011); "Festivais do Brasil, Volume 6 " (2010); "Benza Deus... Ô Sorte!!!", de Irineu de Palmira (2009); "Vislumbres", de Guca Domenico (2008); "A Nós Dois", de Rubem Pasqua (2005), "1º Festival de Música da Freguesia do Ó" (2001); "Zambê", de Irineu de Palmira (1999), "Levando às Íntimas Consequências (Veloz)", de Guca Domenico (1992).
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A esmo eu escolho um cego
e, pra sentir-me mais seguro,
cerro a porta assim que o entrego
a um quarto todo escuro
Antes disso, aqueles olhos,
embora saiba, já não vendo,
com um lenço negro vendo
sem deixar-lhe alguma escolha
Nessa venda que lhe pus,
certo é, não há um furo…
Os seus olhos são sem luz…
O quarto é totalmente escuro
Tudo isso feito, então,
para haver algum sentido
‒ pois assim se crê a vida ‒
dou-lhe, enfim, uma missão:
Encontrar naquele breu,
em tempo já que cronometro,
um gato preto, todo preto
e que esse gato seja Deus!
Mas o melhor está por vir
e não revelo, é claro, ao tonto:
De fato, NÃO HÁ GATO ALI!
E já começo, agora, pronto!
O gato, óbvio, não encontra.
Ainda assim, cá fora escuto,
em meio a todo aquele luto,
um ronronar qual fosse um mantra...