VERA CASA NOVA - Professora aposentada da Fac. Letras da UFMG. Lecionou literatura brasileira e comparada e teoria da literatura. Poeta e crítica literária. Pesquisadora do CNPQ em Poéticas contemporâneas. Linha de pesquisa: Literatura e outras artes e mídias.
Entre outros livros editados pela Editora 7 Letras(RJ) escreveu: "Rastros", "Restos", "Lúcia Rosas: textos impuros", "Sombraluz", "Corpos Seriais", "Elipses".
Mora em Minas Gerais, Belo Horizonte, mas é carioca.
casanova.bh@terra.com.br
Teus olhos verdes dizem o desespero,
A esperança de uma Terra sem guerra.
Pobre menina!
Nem pai nem mãe podem te dar alento.
Fogem como tu desse deserto de almas
Fogem como tu dessa secura do tiro, da bomba
Da intolerância por causa de deuses e do ouro.
Roubam teus preciosos olhos e te calam.
Resta o corpo do menino.
O mar chora
A partida de um barco que não retornará jamais.
Teu corpo jaz sobre a areia de um mar que não te pariu
Milhares...serão milhões de seres à procura de paz.
Será que ela existe? Perguntarão a seus deuses.
Com as armas nas mãos do terror
A vida à deriva
A morte cada vez mais forte.
Esse é um poema sem metáforas, sem alegorias
É um poema diante da dor do mundo.
Éprecisoamarpedrasastroságua
beijarcadafolhadamangueiraoucactoespinhento
Amarosanimaiseamúsicadeseucanto
Aluaosolquedeixamassombrasnomovimentoeróticodanatureza
Éprecisoolharavidadelicadamente entrefulgoresealegrias
Apoesiaéisso:vocêéamedidadetodasascoisas.