Wanderlino Teixeira Leite Netto - Natural da cidade do Rio de Janeiro (RJ). Bacharel em Administração e professor de Teoria Geral da Administração. Poeta, cronista, contista, ensaísta, biógrafo, autor também de dois livros de pesquisa histórica e de um de literatura infantil (em coautoria com Lena Jesus Ponte). Trabalhos publicados em antologias, jornais, revistas e na internet. Autor de 21 livros editados. Integrante dos quadros da Academia Niteroiense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de Niterói, da Associação Niteroiense de Escritores (cofundador) e do Grêmio Barra-mansense de Letras. Editor de "A Cadeira", revista virtual da Academia Niteroiense de Letras.
Site: http://www.wanderlino.teixeira.nom.br
Diante desse tudo
ou desse quase nada
já não sei se volto ao caminhar miúdo
ou solto o pé na estrada.
Se desato o laço dessa corda bamba
ou ato o nó na alça da caçamba.
Se queimo vida nesse fogo-fátuo
ou se de fato tento nova ida.
Se afasto o tule dessa nova tela
ou se entulho a talha com esse vinho velho.
Se curto o corte dado no baralho
ou meto o manto e me amortalho.
Se mato o mito que se mete em mim
ou se me omito e me torno mudo
diante desse nada
ou desse quase tudo.
Ora um bulício de mim se apossa,
ora se instala uma paz insossa.
Quando em vez a inquietude,
vez em quando a indolência,
uma insinuante, outra silente.
Indubitavelmente, ando adubando o dúbio.
Queria ir por aí, de déu em déu,
qual poeta de cordel,
apregoando o verso.
Faço porém o inverso:
cada vez mais
atrelo-me às pedras do cais.