NATAL

Eram três figuras na janela
três amigas, três tristonhas
espiavam para a casa
três certas meninas
aquelas
e eu me dei conta do brinquedo
daquelas figurinhas mitolõgicas
três vezes era demais
para a sabedoria
ser capaz


era o parque o ser o nada


era o parque o ser o nada
era o monstro da montanha
era tudo o abandonado
o castelo no ar o aliado
era o canavial incontrolável
a lente de todos os saberes
o morredouro das gentes
o sorvedouro do ser
era o risco a mágoa a nuvem
as estreitezas o ver
mas tinha o que eu mais amava
o sonho a fantasia o crer

Rogel Samuel

« Voltar