SACIEDADE DOS POETAS VIVOS DIGITAL - VOL. 2

DARLAN ALBERTO TUPINAMBÁ ARAÚJO PADILHA - Escreve também sob o heterônimo de Dimythryus. Nasceu em 20/03/1979, na Cidade de Itaquaquecetuba – SP. Estudou em escola pública, cursou grego e espanhol na Faculdade Mosteiro de S. Bento, no velho centro de São Paulo e, atualmente, é aluno de Letras, na Faculdade Renascença – SP. Premiações literárias: 2004: 6º lugar no Concurso Cataratas; 1º e 4º lugar no I Concurso de Poesia Cidade de São Bentinho – PB; 2º lugar no Concurso São Paulo em Prosa em Verso – RJ; 2º lugar no Concurso de Poesia Paulo Rosa – GO; 2º lugar no III Concurso de Poesias do Litoral Norte; 5º,6º e 7º lugar no III Concurso Virarte – RS. Em 2006: 3º lugar no Concurso Letras do Divino (Itanhaém – SP); 3º lugar na categoria Mérito Regional em prosa (Itatiba – SP). Diversas obras publicadas em periódicos e antologias nacionais. Mais informações, na Wikipédia - Enciclopédia Virtual: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dimythryus

Contatos: dimypoet@yahoo.es    /     Dimythryus@hotmail.com    /
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Página individual de poesia em Blocos Online
Página individual de prosa em Blocos Online


           Olhos falantes

Palavras mágicas

Pés descalços

     

           Paraphrase

Fotografia

Hiroshima

 

Pés descalços

Chega uma hora que de criança passam a chamar-nos de homem
E ninguém nem ao menos avalia o efeito desta dura palavra...

Eu que outrora menino refletido em espelhos
Hoje confusas lembranças ainda se mostram
Menino de perdidos sonhos
Menino que teme ao escuro
O eterno escuro de ser adulto.

Homem, o quê fizeste daquela criança
Que ainda ontem ralava-se neste quintal
Pés descalços na areia
Com um chorar ingênuo a indagar a mãe...

Mãe, no seu abraço fraterno perdi-me
E agora, adulto... adulto?
Sentado num canto escuro
Sem poesia, sem rumo
Simplesmente adulto. Homem!

Onde a barba escondeu-me o sorriso
E os desenhos descoloriram em meio aos papéis
Um dia uma voz me disse, és um homem!
Um dia esta criança perdeu-se
Um tiro entre palavras
Um tiro fatal.

Nunca mais ouvi dizer deste menino
Que ainda ontem corria a indagar a mãe
Com seus pés descalços...
Nunca mais ouvi seu choro
Ou apreciei seu sorriso!

E o que mais me dói
É saber que este crime não está previsto em lei
Nem consta no estatuto da criança e adolescente
As crianças morrem
Sob rajadas de palavras rudes
Todos os dias
Despercebidas almas desaparecem
Cedendo lugar a adultos
Na escuridão dos dois mundos
Um colorido e o outro cinzento.

Darlan Alberto Tupinambá Araújo Padilha
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Darlan Alberto Tupinambá Araújo Padilha

 
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