Nas noites frias
Nas noites frias, longas e silenciosas,
Quando me sinto recolhida em meu coração,
Minhas sensações se desprendem curiosas,
E me deslumbro com essa imensa atração.
Não contenho no peito esse sentimento,
Que enlouquecido me faz sempre te amar,
Os minutos sem tua presença passam lentos,
E fico sonhando contigo na luz do luar.
Meus músculos se tornam tensos de desejo,
Meu coração intumesce de tanta paixão,
E longamente confesso que te vejo,
Como se fosse vítima de uma alucinação.
Nas noites frias eu me recolho literalmente,
E me sinto enroscada em teu corpo quente,
Reconheço deslumbrada e finalmente,
A sofreguidão desse sentimento tão veemente.
As reflexões se tornam doces e absorventes,
Converso então com as estrelas cintilantes,
Vejo todos os seres que passam indiferentes,
Enquanto minha alma de ti se torna amante.
Vou reconhecendo pelo meu interior caminho,
Cada devaneio que se transforma em emoção,
E silenciosamente fico naquele cantinho,
A entornar em sonhos a minha reconhecida paixão.
Nessa noite fria vou gritar de desejo e prazer,
E enquanto a quietude transborda em energias,
Quero com entusiasmo duradouro viver,
Enquanto meu corpo com premência acaricias.