SACIEDADE DOS POETAS VIVOS DIGITAL - VOL. 4

MARIA DA GRAÇA ALMEIDA - Nascida em Pindorama/São Paulo. Escritora, poetisa, professora, pedagoga e formada em Educação Artística. Obras Publicadas: - Espelho - Poesias Sem Mistério - A Graça que o bicho Tem - Que traça sem graça - Mitos do folclore - A Menina da janela - O Cuco Maluco - O besouro doente. Classificada em vários concursos literários, tem seus poemas nas coletâneas: Ordem da Confraria dos Poetas; Ordem Sereníssima da Lira de Bronze; Antologia Poética 2000; Concurso Talento Literário 2001; Antologia diVersos; Poemas para crianças. Convidada a participar de um manifesto, com o objetivo de registrar a solidariedade brasileira ao Timor Leste, teve publicado, no livro Timor Esperança, o poema: Juramento à Liberdade do Querer.

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           Barganha

Carência

Poesia com manteiga

     

           Cofre

O homem que cortou as minhas árvores

Limites

 

O homem que cortou as minhas árvores

O homem que cortou as minhas árvores
não se ocupou do esforço da semente,
da extensão da raiz, da magnitude dos galhos,
da expressão das folhas, do propósito do fruto.

O homem que cortou as minhas árvores
não cuidou da semeadura.
Para o aprendizado ou o treino do plantio
é necessário curvar e quedar-se rente ao chão.
Nem todos estão dispostos a tal submissão.

A construção requer cuidado e responsabilidade.
A destruição é simples, basta uma palavra...
ou uma assinatura, um olhar, um gesto, um empurrão.

O homem que cortou as minhas árvores não sabe
dos sacrifícios do crescimento, das penas do amadurecimento,
das perdas do envelhecimento, das dores do sepultamento.

O homem que cortou as minhas árvores
desconhece do tempo, os prejuízos, os benefícios
e, ingênuo ou desavisado,
na chegada ou na partida,
julga que jamais provará das urgências da vida.

Não só digo do homem que praticou a ação,
refiro-me também àquele que se dispôs
a colocar-lhe às mãos o instrumento da devastação.

Maria da Graça Almeida
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Maria da Graça Almeida

 
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