SACIEDADE DOS POETAS VIVOS DIGITAL - VOL. 8

DJALMA SILVEIRA - Nascido na cidade de São Paulo, em 18 de março de 1968. Bacharelado em Ciências Políticas e Sociais pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e pósgraduado em Ciências da Comunicação pela Fundação Casper Líbero. Seguiu carreira na área de câmbio e exportação até  1994, quando fundou a DG Graphic Design e atualmente trabalha como tradutor especializado em adaptação de embalagens para exportação. escrever é um hábito persistente que remonta aos oito anos de idade, quando surgiram os primeiros versos. Desde então, já fez experiência em dramaturgia, romance, conto, além da poesia. Todos os escritos foram realizados pelo puro prazer de escrever. Somente nos últimos anos, com o advento da internet é que começou  a divulgar alguns de seus textos.

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Contatos: dg@dggraph.com.br
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           Carmen gitana

A mulher de vinte e um anos

Um poema orgulhoso de ser samba

     

           Como somos nós

Só tu me completas tão bem

Vivo, em ti primeiro

 

Carmen gitana

Deusa gitana
Envolta em vermelho
Cabelos revoltos
E flor entre os seios

Que bailas qual louca
Qual as castanholas
Olhando nos homens
Com olhos de cobra
Que mordes e matas
Enquanto os afastas

De pele morena
De coxas miragens
Teus peitos oásis
Me trazem o deserto
Quando me rejeitas

Oh dentes tão brancos
Quando me sorris
Aponta-me olhares
Cheios de ardis

Balanças os braços
E bates os pés
Pisando nos olhos
Que em vão se atiram

Enquanto a guitarra
Vibra ardentemente
Queimando o ar
Que arde inclemente

Plantando desejo
No chão do meu peito
Vermelho igual brasa
Furando o espeto
Rompendo-me a carne
Tragando-me a alma

Oh, Carmen, tão linda
Pintura de abismo
Não há quem não dance
Buscando teu ritmo

A boca mais rubra
O sorriso inocente
A tua virilha
É um pasto indecente

Teu passo e compasso
Se marcam em meu peito
Me pisa, me morde
Se queres, aceito


Não pisco ou engulo
Nem penso encantado
Com a fúria que gritas
Sobre o tablado

Que espancas c'os pés
Feliz miserável!
Abrigando tua dança
Furor incansável!

A turba de machos
Se agita também
Batendo as canecas
Iguais às idéias
Que pairam além

Milhares de rosas
Jogadas ao chão
Que pisas e chutas
Nos olhos que não
Enxergam mais nada
Além da emoção

Que riam e dançam
E choram até!
No peito que explode
Gritando: Olé!

Chacal

Djalma Silveira

 
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