SACIEDADE DOS POETAS VIVOS DIGITAL - VOL. 9

CLEVANE PESSOA - Nordestina radicada em Minas Gerais. Psicóloga, sexóloga, jornalista, escritora, artista plástica. Embaixadora Universal da Paz (Cercle de Les Amabassadeurs Universels de la Paix - Genèbre), Suiça. Vice-Presidente do IMEL - Instituto Imersão Latina, Diretora Regional do InbrasCi, Pesquisadora do MUNAP, possui 7 livos publicados, 20 e-books. Seu curriculum é vastíssimo: além de inúmeros prêmios literários, pertence a diversas Academias: em 2009, tomou posse na ALB, Mariana, na qualidade de acadêmica fundadora, quando recebeu o título de Filósofa Imortal, Doutora Honoris Causa, PH I, pela ALB/CONALB. Acaba de tomar posse, na qualidade de Acadêmica Correspondente, na ALTO (Teófilo Otoni); e, em 18/11/2009, ocupará a cadeira nº 5 na AFEMIL - Academia Feminina Mineira de Letras (Belo Horizonte). Integra a Saciedade dos Poetas Vivos Digital, vol. 5. Entre as dezenas de páginas em que se encontra na Internet, destaca:
http://clevanepessoaeoutraspessoas.blogspot.com
http://paginas.terra.com.br/arte/asasdeagua

Contatos: pessoa.potiguar@gmail.com
                   asasdeborboleta16@gmail.com
Página individual de poesia em Blocos Online
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           Verão

Haicais de março (I)

Haicais de março (II)

     

           Apelo veemente

(A natureza)

Dos ciclos

 

V**E**R**Ã**O

              (Para Iara Abreu, que ilustra os Poemas Urbanos)

Sol que escorrega
Medusa octópode, douradas
Num todo quente e claro.

Estamos imersos em ondas
mornas,
a medula se aquece, a nuca úmida pesa.
– gotículas de suor pegajoso
Borbulham na testa.
axilas úmidas,
pontas de mamilos, túmidas,
tudo parece porejar
sede.

O outdoor mostra um big icecream.
A língua parece mais grossa, sabe a saliva
move-se sobre as papilas gustativas,
em busca da memória gelada.
Um banho seria bom.
pedir refrigerante
somente para mastigar o gelo.
Claridade de doer.
Clara cidade
– amante farta
abre-se ao peso solar...
Buscar os óculos na bolsa
– alívio para os olhos, sombra portátil.
Esperar a condução exatamente
na sombra fina do poste no ponto
(a cabeça pode esfriar um pouco).
Crash.Crack.Gelo nos dentes.
Respiração curta e ofegante.
Asfalto derrete-se.
Folhas se desidratam.
Pés se encolhem dentro das meias
E sapatos.
Chega o coletivo. Há um lugar.
Com as peras entreabertas, senta-se.
Sonha com um hidrante farto, uma  fonte, um hidratante
Depois da chuveirada.
O vento que entra pela janela
Faz arderem os olhos.
Dobrar as mangas da T-shirt.
Afrouxar o cinto que encharca a terra.
Sinal de parar.Saltar.
O sol escalda as pessoas
– miolos cozidos?
Atravessar o umbral.
Entrar na casa fresca, buscar a penumbra.
Um abraço, um beijo intenso
Tiram a sensação de desconforto.
Fazer amor debaixo do chuveiro.
Deitar molhados sobre a colcha de seda.
Cochilar, enfim descansar,
Cortinas cerradas, ventilador ligado,
Nús.

Celso Gutfreind

Clevane Pessoa

 
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