SACIEDADE DOS POETAS VIVOS DIGITAL - VOL. 12 |
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FLAVIO GIMENEZ - Sou Flavio Luengo Gimenez, médico formado em 1982. Escrevo regularmente desde 2006, com participação inicialmente no Site Anjos de Prata. Posteriormente passei a escrever num blog e fui convidado a escrever no portal Blocos Online, participando de antologia de crônica, de poesias e tendo inclusive escrito um livro disponibilizado no site (O Relógio das Águas), motivo de muito orgulho. Tenho na literatura uma fascinação progressiva, lendo o que me puserem nas mãos. Sigo o exemplo de minha família, um pai extremamente talentoso e a mãe extremamente prestimosa. Tenho uma esposa dedicada e carinhosa e duas filhas que me enchem de orgulho. O que mais poderia querer? Talvez saber o ritmo do sonho. Participa também da Saciedade dos Poetas Vivos Digital, volume11. |
Quando me trouxe a luz
Mal soube, trancafiado
Que a si coube um senão
Talvez o destino de um fado.
Minha velha de noite sabia
Cantar lamentos ao tanque
Escutávamos secretos, atentos
Suas dores, seus açoites.
Ela me chamava de favorito
Eu me resguardava do ciúme
Deu-me o lume do eterno
Sorriu com sua voz de perfume...
Eu me saberia todo triste
Não o citasse ligeiro
Pegaria seu dedo em riste
(Perderia seu dom passageiro)
Eu me revelava inteiro
No seu dom de vaga-lume
Seria um rito derradeiro
Num assombro, num vislumbre.
Trouxe-me livros, habitou
De sonhos o meu canto
De tal forma que ainda sou
O que sobrou de seu grito!
Eu me saberia inconstante
Nas paixões que fulminantes
Habitaram minha vida
E ele perdeu seu encanto...
Quando mal soube da luz, desafiado
Coube a si o último instante
Ainda me deu a mão arfante
E se despediu errante e aflito.
São todos que me couberam
Nessa vida, nesse lume
Tantos que me trouxeram
Da vida todas virtudes
Espero um dia, ao velejar o Infinito
Dessa lida encontre a meada
O fio que me retorne ao encontro
Dos lindos cânticos da amada.
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