SACIEDADE DOS POETAS VIVOS DIGITAL - VOL. 12 |
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GERSON NEY FRANÇA - Nasceu na Paulicéia de Mário de Andrade em 1960. Reside em Taubaté, Estado de São Paulo e é Servidor Público. Três livros de poesia publicados: Tema & Meta (edição do autor); Canção de Não Ser Nada (Funarte/SP) e Canção de não ser nada e outras canções (Editora Scortecci) . Várias antologias, premiações em concursos literários, participações em jornais, revistas e sítios literários. Não raro, seus poemas servem a letras de música. Participa também da Saciedade dos Poetas Vivos Digital em seus volumes 4 e 11. |
O que agora é visitado
pela falta de visão
do poeta visual?
Que objeto inanimado
restará transcendente
só por ser mineral?
Que coisa parada, opaca
não-será livremente
em seu nada imanente
e impessoal?
Que poesia com efeito
estranhíssima ao peito
viverá no concreto
menos para o sujeito
do que para o objeto?
Com a visão já escura
do poeta visual
que será da poesia
antes calcificada
dependente de nada?
Firmará insegura
uma nova escritura
com o emocional?
Antes podiam falhar
a musa, o coração,
a cabeça, o alucinógeno,
a razão e o ficcional,
que a poesia viria,
ou melhor estaria
firme, fria e cabal,
mas em tudo poesia,
como em nada poesia,
a poesia sem verso,
a poesia em conserva,
a poesia em espera,
e até serial.
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