noites de febre, noites de delírios,
os tijolos são monstros na parede,
e a sombra dela ronda a minha rede
a torturar-me com os mais vis martírios
à luz mortiça de sinistros círios,
estertoro sozinho e tenho sede;
mas seu fantasma pavoroso, adrede,
dá-me o veneno dos seus lábios tírios.
é madrugada, cessa o pesadelo!
e em vez de agredecer por isto, antes,
a invoco ainda com maior apelo,
porque só nela está minha ventura,
e ao carinho de todas as amantes
prefiro o mal que me faz tal criatura.