Francês é fascinante.
É como o português da alma,
uma das raízes do mundo, um gripo profundo lá do útero,
um mudo e seu prazer sexual.
Francês é a poesia do poeta,
é um eco do mundo
pra todas as línguas terrestres,
é um mestre.
Francês é um desejo infantil,
uma estrada que eu perdi de vista
por razões americanizadas,
mas que volta aos olhos
nas viagens dos campos de lavandas.
Je suis Brezillien, eu aprendi.
Aprendi saindo do berço,
conhecendo outra cultura,
cantando infinitamente
o que o coração proclama certo,
incerto, falso, correto.
Herdeira sou do som dos coqueiros,
da cana cortada,
dos carangueijos na panea,
da viela do centro,
do coentro que puseram na pescadinha,
da sardinha da feira,
da sesta gostosa da rede,
da sede...procura incessante da gente.