Jesus ao collo de Magdalena
Jesus expira - o humilde e grande obreiro!
Sobem já, pela cruz acima, escadas,
E nos cravos varados no madeiro,
Batem os malhos, cruzam-se as pancadas.
Soluça o pranto, em torno... As mãos, primeiro,
Inertes, caem no ar, dependuradas...
Oscilla o corpo; verga o torso inteiro
Nos braços das molheres desgrenhadas.
Soltam-se os pés... Augmenta o pranto e a queixa...
Só Magdalena ao oiro da madeixa
Limpa-lhe a face, que de manso inclina;
E, no meio da lagrima mais linda,
Co'o dedo abrindo a palpebra divina,
Busca ver se elle a vê, beijando-o ainda!...
Do livro "Thesoiro Poetico" de J. de Albuquerque Liborio.
Primeiro Tomo, Officinas D' "O Pharol", 1948, PE
Enviado por: Leninha
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