Ontem na Praça do Comércio por voltas das vinte horas
Viajei no tempo acompanhado de poetas
Sentei-me em cadeiras antes frequentadas por Pessoa
Conheci gente boêmia, gente das artes, gente boa
Ouvi belas estórias, cheias de aventuras e romantismo
Conheci um velho português, cada vez mais novo e sonhador
Me mostrou até um fado encomendado para um amigo no Montijo
Coisas de um grande poeta e trovador
De frente ao velho Tejo em uma noite fria brindamos com alegria
e bom vinho do Porto a poesia nossa de cada dia
Fiquei sabendo um pouco do tempo das trevas com Salazar
Onde certamente mais se produzia, pois só não era proibido
sonhar
Me embriaguei de versos e me senti um mero aprendiz
diante da lição de vida do velho mestre José Luís
Agradeço a Deus a chance de beber dessa água fresca,
da fonte
E peço voltar sempre ao Martinho do Arcada como ontem.