De que vale tentar reconstruir com palavras
o que o verão levou
entre nuvens e risos
junto com o jornal velho pelos ares?
O sonho na boca, o incêndio na cama,
o apelo da noite
agora são apenas esta
contração (este clarão)
de maxilar dentro do rosto.
A poesia é o presente
Do livro: "Toda poesia - 1950-1980", Civilização Brasileira, 1980, RJ