Instrução e Progresso
Não pode em terreno inculto
Viçar a planta mimosa:
Não pode elevar seu vulto
Rasteja, oculta e medrosa.
Estranha fôrça extermina
Seus rebentos verdejantes,
Que a seiva só lhes propina
Vida de breves instantes.
Abrolhos, plantas nocivas,
Com seu veneno fatal,
Mantem-lhe as ramas cativas,
Roubam-lhe o suco vital.
O progresso, roble altivo,
Cuja frontel nos seduz,
Mão medra sem ter cultivo;
Precisa de ar e de luz.
Governantes, a vos cabe
O terreno preparar,
Nas condições em que sabe
Tão bela planta vingar.
Desbravai-lhe em tôrno espaços
Onde ela extenda a raiz,
E seus vigorosos braços
Cobrirão o país.
Tornai fácil e seguro
O progresso da nação,
Cuidando do seu futuro
Na popular instrução.
É do povo a treva densa
A planta brava e daninha
Q'ao progresso a fôrça imensa
Entrava, tolhe, amesquinha.
Ana Aurora do Amaral Lisboa
Do livro: "Coletânea de Poetas Sul-Riograndenses" (1834-1951),
Editora Minerva, 1952, RJ
Enviado por: Leninha
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