Como cavalgam selvagens cavalos
Em campos escassos de flor
Ando soberana, fria e sem regalos
Neste caminho frio de dor
Desvio de nomes que me chamam tanto...
É lírio morto no campo alvo
É prece rara com nome de santo
Calo-me aos poucos, por pouco, por enquanto...
Sento-me quieta no jardim da vida
Olho a flor morta que esqueci de regar
Mas, há tanto chão e tanta margarida
Falta enterrar o medo e replantar...
Recolho pétalas-lágrimas do chão molhado
É chuva que veio me substituir
Preciso mais de um abraço apertado
Que desta atenção franca a me diluir...
Não são as leis do mundo que, belo dia,
Farão com que eu acredite que fracassei
Planto flores como quem assobia,
Se não nascerem belas, a terra trocarei...
Não farto-me do que me vence
Indago-me: “Quantas vezes terei de lutar?”
Não desisto do meu jardim
Quero deixar algo lindo, perfumado e sacro
Para quem desacreditou de mim...
Ir um dia visitar.