Nasci pobre, pertenço à maior classe,
a dos desprivilegiados.
Sei que nasci, como a grande maioria nasceu.
Sem nenhum motivo para glórias, nasci feia.
Minguada tornei-me... tantas carências!
Nasci com uma epiderme colorida de todas
as cores.
Pele negra, endurecida do cotidiano.
Vivo,
pobre, feia, preta e mulher.
Do livro: "O Sentido Comum das Coisas" , Editora Lutador, 1992, MG