Caríssima,
há quanto tempo não te escrevo
para falar da vida.
Há quanto tempo não tento
fazer o papel da velha esfinge:
"Decifra-me ou devoro-te".
Há quantos e quantos tempos
não escrevia para te falar
do quanto a vida era bela,
ou de quantos eram meus sonhos,
ou do que pensava e temia,
como se o tempo fosse eterno.
Mas o tempo não é eterno.
O tempo, caríssima, é forte;
transforma, seduz, passa forte;
o tempo, caríssima, é sonho,
é vontade, beleza, certeza, prazer, é razão ...
O tempo ... ah, o tempo ...
Caríssima,
o prenúncio do tempo é o presságio de uma nova
era.
Como será? Saberei eu?
Não tenho idéia nem do que irei viver amanhã -
como poderia saber nosso futuro?
Sei, no entanto,
que o presente é belo,
e que é nele que serão construídas as bases
do belo futuro que se desenha.
A sorte sorri para todos;
que ela seja sorrisos p´ra nós.