Tenho vontades estranhas
De calar o silêncio
De escutar o rumo perdido
Estou envelhecendo no meu tempo diário
Diariamente flores abrem
Muchão
Escuto sonhos
Percebo a chegada de um beijo no concreto que homens se agarram
Nos jornais a guerra estampa
Um filho à procura do pai
Tudo parece novo
Abro a porta e entro
Conheço a morte que visita a carne
A carne trêmula procura esconder a paixão momentânea
Entreaberto está o coração cismado
Tudo parece novo
O suicida que ama a vida
O sinal que fecha o desejo da ida
Quero falar algo e não consigo
Estou envelhecendo nesse novo
Claros estão os poros de minha identidade
Palavras ditas em todas as formas de escritas
Tudo parece novo
O homem chegou à lua
Isto já é velho
Qual o novo da próxima esquina?
A cortina abre em cores celebrando a festa de amores
A festa da carne trêmula ...
Aguardo o funeral do silêncio no cálculo do passo
Parte a partícula que me faz próximo
Estou longe dos seus lábios
Inútil pedi perdão
Enquanto a lágrima saborear o infinito
Serei um pouco do sal desse doce encontro...
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