Era fim de tarde, quando tudo serenou e o ar parou de dançar,
(debruçado em olhos de poeta escolhido)
viu-se como as águas estavam folhadas,
sempre calmas em seu lugar.
Eram tantas folhas, pequenas folhas venosas,
alvas por dentro e rosadas nas bordas,
com seus ápices levemente curvados,
que até formavam minúsculo abrigo,
para, talvez, o sentimento anichar.
Depois da novena, lentamente,
como velhos barcos atracados uns nos outros,
(contemplando campos de batalhas, em desatino)
todas aquelas folhas naufragaram,
revelando uma superfície brilhante sem igual.
Ao passo disso, um anjo ingente sobrevoou tão rasante
que quase tocou nas águas,
nas mesmas águas que outrora o messias me batizou.
Pouco a pouco, foram clareando, cada vez mais e mais...
Iluminaram tanto, mais tanto que as criaturas em alinho,
enxergaram por cima aquela profundeza,
(Universo de águas cristalinas, muito além do destino)
que um dia a Natureza lapidou.
Então, abriu-se a cortina do passado
e como vate anunciou para este mundo,
em questão de segundos, a boa nova chegar...
Com pés descalços, sosseguei todos os pensamentos por
um instante,
no mesmo momento em que comunguei a glória de Obrar!