ando como um demente
entregando-me aos braços de nenhuns.
nao há salvaçao para o encantamento.
vivo o dia-a-dia,
nao posso fazer diferente.
nao o sei fazer.
sempre estou indo
para algum lado, sempre.
nao espero nada, e continuo esperando.
sei que nunca hei de encontrar.
o nada a dizer é um vício:
mais uma dose, mais uma, mais uma.
nao posso dormir
porque se adormeço os
perplexos e medíocres
sepultam-me com as cinzas do mal.
na escuridao ouço vozes
e entre elas, a tua voz.
encontro gélidas serpentes
debaixo do lençol
e os sonhos fogem do sono, voando como pássaros
ao entardecer.
sou de um desequilíbrio sem cura, vitimado por
Deus, e minúsculos demônios.