Pousa no topo da haste como peça
branca do cata-vento, na cumeeira
da casa. O cata-vento gira, e o galo
mudo, esculpido em folha, só, no aereo
poleiro, também gira, gira, gira.
Ventos catados pelo cata-vento
tentam levá-lo. O galo, todavia,
não vai. (Come as rações da ventania.)
Permanece trepado no mirante.
Estica, às vezes, o pescoço de aço
para onde? Cego e preso, pelo espaço
o que procura? Espreita a madrugada
em que lhe possam rebentar o canto
e o vôo metalúrgico das asas.