Vão contentes pela estrada
De braço a sorrir!
São noivos. Canta a alvorada
Do seu porvir!
Nem um pezar ennegrece
Aquelle ditoso par!
Quem ama, dores esquece!
É doce amar!
Mas um dia, ai! triste dia
Como um bravio tufão,
A dôr varreu a alegria
Do coração!
Palavras por mal pensadas
Motivaram tanta dôr!
Quem ama sente dobradas
Penas de amor!
Em breve, porém, com beijos
Fazem as maguas findar!
Quem sabe amar tem desejos
De perdoar!
Hoje não sentem tristeza
E vivem a se adorar.
É bem sabia a Natureza
Que ensina a amar!
No logar em que choraram
Não podem sorrir jamais.
As alegrias voaram
Não voltam mais
Muitas vezes descuidados
vão passar neste logar.
Mas os olhos, ennevoados,
Sentem ficar!
São maguas de amor, embora!
Nunca mais se esquecem, não.
Lembram as dores de outr’ora
Ao coração!