Soneto
Estavas, bela Júlia, descansada,
Na flôr da juventude e formosura,
desfrutando as carícias e ternura
da mãe, que por ti era idolatrada.
A dita de por todos ser amada
gozavas, sem prever tua alma pura
que, por mesquinho fado, à sepultura
brevemente serias transportada.
Mas ah! de um insensato a dextra forte
dispara sôbre ti, Julia querida,
o fatal tiro que te deu a morte!
Dos olhos foi-te a luz amortecida,
e do rosto apagou-se, iníqua sorte,
a branca e viva côr com a dôce vida.
Do livro: "Coletânea de Poetas Bahianos", Editora Minerva,
1951; RJ
«
Voltar