Levanta-te, homem, do lodo pútrido
de teus atos sórdidos.
Ergue tua face trágica
e mira-te firme no espelho pálido
de tua consciência frívola.
Sai de tua letargia egocêntrica
e acorda teu coração pérfido.
Sacode esse pó maléfico de teu cérebro lúgubre
e tira esse sorriso bárbaro de teus lábios gélidos.
Apaga de teus olhos ríspidos esse brilho mórbido
e retira de tua boca tétrica as palavras cáusticas.
Evita que tuas mãos cínicas
afaguem com intenções satânicas.
Amordaça tua língua sórdida
e elimina teu sarcasmo sádico.
Esquece tua figura párvula
e ampara o próximo.
Acorda antes de teu óbito,
oh homem mísero!
Pois se assim não agires...
teu ódio será teu próprio látego
e tua insânia teu próprio féretro.
Serás enfim tua própria vítima
e terás um epitáfio cômico:
“AQUI JAZ UM HOMEM ESTÚPIDO”.