Do altar coralino de teus lábios
flui o néctar afrodítico
que me inflama, turgindo-me o corpo.
Pétalas rubis que se abrem,
clamando ardentes carícias;
ora suaves qual orvalho,
ora abrasadoras feito chama.
Que mistérios profundos se escondem
no pélago revolto de tua boca?
Que doce magia teus humores contêm,
despertando meu Eros
em taquicárdico arrebatamento?
Ora me convulsionas
em adrenalínicas explosões,
ora derramas mágicas endorfinas
em minhas veias túrgidas.
Tua língua, serpente ígnea e devassa,
invade meus lábios de espanto
e enche de rútilas estrelas
o céu de minha boca.