Na chuva que cai chorosa
Molho meus olhos com suas lágrimas
E ao sabor dessas águas
Navego minha jangada
Consciência náufraga perdida
Nos mares da solidão.
Gotas ferem o chão
Penso pingos, choro sonhos
Nas águas superficiais da lama
Sentimentos turvos se acumulam
Escorrem dores pelas ruas úmidas
Da minha angústia alma.
A noturna neblina vigia
Insone ser ancorado
Na profundidade da sua ferida
A beber cada gota de melancolia
Como metáforas da poesia
Minha chuva preferida.