Sempre são meus os olhos que habitam esta casa:
paredes de tábuas despregadas,
ratos podres pelos cantos,
sapatos empoeirados nos tapetes,
comida estragada nos lixeiros,
caibos comidos por cupins,
telhas quebradas no telhado,
várias trancas nas janelas,
teias de aranha nos portais,
fogão engordurado por descuido,
quadros mal pregados nas paredes,
livros espalhados pelo chão,
roupas sujas sobre a mesa,
porta e fechadura arrombadas a tiro;
e os meus olhos assustados e despertos
já não habitam mais em mim.
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