Eu espero que venha e apareça o senhor do bote da onça.
Calça jeans imaculada, camisa sistemática,
o que não é xadrez
fruição divina.
Eu espero que venha e apareça o senhor da segunda
metade do
século.
De uma nave não espacial, apenas acontecida no fogo e
na argila.
Eu espero que venha e apareça o senhor de sal do império.
Do doze de hoje do zero sobre os fatos da pedra histórica.
Eu espero que venha e apareça o senhor de transistores proibidos.
De íntima voz de comandos, de molas e parafusos ganhos.
Eu espero que venha e
apareça o senhor das
ciclônicas
tempestades.
Com o andar de tremendo barroco sideral
perdido em extensão
lunar.
Eu espero que venha e apareça o senhor da seiva sol\fuga.
De meditação casulíssima, levando recado à
pétala rudimentar.
Eu espero que venha e apareça o senhor do extremo astral.
Entendendo muito pouco de lua e quase atingindo a
eclipse total.
De botinas entorpecentes em pés de fino soldado.
Eu espero que venha e apareça
o senhor dos castiçais antigos.
Amortecendo as noites quando a vida zerar os
ossos de cálcio
ofício.
Eu espero que venha e apareça o senhor de silvos segredos.
De corpo grifado em secretos idiomas gaiatos e gregos.
Eu espero que venha e apareça o senhor de riso tonto.
Latejando seu gozo tântrico em versos de convulsão.
Bem vindo, senhor sem rosto!
Da arte de amar e contra Íbis.
Assim guardai-me dos loucos.
Ponto. Te dissolvo e a vida jaz comigo.
Para a sua surpresa, senhor dos astros:
movediça-me das órbitas.