O cadáver de Ícaro, em sua óssea brancura
E Izabel, a Princesa, todos clamavam!
Prometeu de olhos no horizonte, a bravura!
Com a Liberdade, em comum, todos sonhavam
Barrabás cabisbaixo passa na ruela
Maria chorando implora clemência
Na cruz, ele ora pensando só n'Ela,
E à Foragida, espera com paciência
A mãe preocupada examina a barriga
O Negreiro navega sobre os olhos de Castro
O tufão nunca chega e isto o intriga
A Liberdade escapole e sai pelo mastro
No Sudão, a triste lembrança da foto
O abutre aguardando o menino que parte
Novamente ela foge este é o seu voto
O fotografo falece por causa da arte
O menino sentado prisioneiro na tela
Seus olhos fixados no écran colorido,
No canto de cima o ícone da terra
Gira veloz , objetivo atingido!
Clicando com gosto o menino navega
Brasil, Portugal, o mundo, a fantasia
O espaço acabou e no tempo trafega
Internet nas mãos e tudo ele via
Navegando o virtual o menino prossegue
Do sexo proibido à liberdade sonhada
O mundo virtual sem o corpo consegue
A Liberdade e consigo! Ela foi apanhada!
R. B. Sotero